Frases Momentâneas

"Algumas quedas servem para que nos levantemos mais felizes" William Shakespeare

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quinta-feira, 28 de maio de 2009

Quem conta um Conto...#3

-“ Gosto muito de ti! Até logo mãe!” e sai graciosamente para a escola.
E eu vejo-me rodeada pelo silêncio da casa, como todos os dias desde que me deixaste.
Já ultrapassei a fase de revolta. Porquê a mim, porquê a nós!? A tua partida foi abrupta e repentina, sem explicação e sem razão, e inicialmente culpava-me por não ter podido interferir no destino.
Julgava-me Deus, para poder mudar tudo e fazer-te voltar para mim. Contar-te tudo o que não te contei, rir-me de tudo o que não me ri contigo, amar-te como não te amei outrora; ou ser alguma cientista louca, capaz de me fazer viajar no tempo para te amar uma última vez.
Confesso, que a vida sem ti, inicialmente, não fazia o menor sentido. Larguei o emprego como publicitária, porque a minha inspiração tinha partido contigo… Deixei de cuidar de mim, deixei tudo e todos para apenas e só, pensar em ti. Ficava dias e dias, na cama, tentando perceber o que de errado teria feito para Deus te ter tirado assim de mim. Culpei-me continuamente até que um dia, essa revolta desapareceu, dando lugar à conformação. A dorpersistiu, persiste e persistirá sempre, viva eu até aos 70 ou até aos 100. E as saudades… Crescem vertiginosamente querendo rebentar de dentro do meu peito a qualquer instante…
Sinto a tua falta, falta de te ter, de te amar, de te olhar, de te tocar… de ti! Fazes-me Falta!


(Sublinho desde já que este texto é um conto e que por isso mesmo se trata de pura ficção, não sendo, nem retratando nada da minha vida. Pura imaginação e invenção)

terça-feira, 12 de maio de 2009

Quem conta um Conto...#2

Levanto-me finalmente da cama e espalhando a roupa pelo quarto vou tomar um duche. Debaixo da água quente do chuveiro, que percorre o meu corpo frio, arrefecido pela tua ausência, recordo as vezes em que tomávamos banho juntos. As carícias, os mimos, os beijos… Sinto tanto a tua falta.
Abano a cabeça para afastar estes pensamentos que me dilaceram o coração com tremendas saudades e saio do chuveiro. Vou até ao espelho e vejo como os meus 50 anos estão retratados no meu rosto. As olheiras são visíveis, mas já pouco me importa. Desde que partiste deixei de cuidar de mim e de pensar em mim. Talvez, porque muita coisa deixou de fazer sentido sem ti.
Ouço, novamente, a nossa filha gritar: “Oh Mãe viste as minhas calças? Aquelas que eu adoro…”. O mesmo de sempre… sabes como ela adora todas as calças que tem. Respondo:” Estavam sujas e estão para lavar”. Consigo ouvi-la refilar e sorrio. Filhos! A nossa maior alegria e por vezes também a nossa maior dor de cabeça.
Depois de arrumar o quarto, vou ao armário, visto qualquer coisa e vou para baixo preparar o pequeno-almoço.
Já lá está a Matilde, resolveu vestir uma saia. Sorrio ao olhar para ela. É simplesmente linda!



(Sublinho desde já que este texto é um conto e que por isso mesmo se trata de pura ficção, não sendo, nem retratando nada da minha vida. Pura imaginação e invenção)